
A vida retribui
Quando eu falo em espiritualidade, não estou me referindo a nenhuma igreja, a nenhuma religião em particular.
Refiro-me à espiritualidade como fazia Einstein apontando para uma vivência cósmica ou ainda Fritjof Capra, que denominou seu último livro de “Pertencendo ao Universo”
Espiritualidade é uma consciência não-dual, uma consciência de participação no Todo, que na essência é o amor e na prática é a solidariedade.
Uma pessoa que despertou para essa dimensão espiritual é uma pessoa que não se vê separada do OUTRO, da Comunidade e do Universo.
Eu pergunto: em sã consciência, você colocaria fogo no seu corpo?
Se você se sente não-separado do outro você jogaria fogo em alguém que está dormindo num banco?
E se você se sente não-separado da natureza você iria empestiá-la, destruir ecossistemas por uma neurose de agora testemunharmos o lado sombrio dessa religião do progresso a qualquer custo, progresso à custa da hecatombe?
Você empestiaria a natureza se você não se sentisse não-separado dela?
Sem sombra de dúvida não faria.
Nestes últimos séculos temos investido de forma unilateral no mundo da matéria e os frutos são notáveis, sintetizados na tecnociência maravilhosa que dispomos.
A grande tragédia entretanto, é que não houve praticamente nenhum investimento significativo no mundo da subjetividade, da alma, da ética, da consciência e da essência.
O resultado encontra-se nos noticiários tristes e apocalípticos de cada dia.
Escaladas de violência, guerras infindáveis, a exclusão desumana de uma maioria que morre de fome, a extinção de espécies em massa.
Rota da colisão do ser humano com a natureza e todo tipo de aplicações tecnológicas irresponsáveis.
O investimento maciço na alma é a única estratégia que poderá viabilizar a perpetuação, com qualidade e dignidade, de nossa espécie.
Antigas e esquecidas lições. De que serve o mundo inteiro se você perdeu a sua alma, se você se perdeu de si mesmo, se você esqueceu do Ser que lhe faz ser?
Felizmente, crise é também oportunidade de crescer e evoluir.
Gosto de confiar que o ser humano será a maior descoberta do Terceiro milênio.
A vida é como jogar uma bola na parede. Se ela for jogada uma bola verde, ela voltará verde; se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca, se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca “jogue uma bola na vida,” de forma que não esteja pronto para recebê-la.
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A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo que ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.
"Albert Einstein"