sábado, 20 de junho de 2009

Amar

"Dedicado a todos aqueles que amam, simplemente amam..."



Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade





****Boas semanas****

2 comentários:

Roo Assis disse...

A Flor

Que linda flor! - Dizeis - porém reparai bem:
Vide como é sabia a natureza, não lhe deu apenas beleza ms a fez uil também!
Beleza que é só beleza, embora que nada se iguale é coisa futil... Pois francamente ser belo de nada vale se não é util....

Autor desconhecido

Amei Ge... parabéns... continue escrevendo...

Jonathan disse...

Fala muleque!!!

Que o tempo livre das férias naum faz eim!!! Montou um blog.

Parabéns, o layout ficou muito bom !!!